Quem sou eu no mundo? Eu tenho identidade?
Já quis ser tanta coisa na vida: professora, militar, bailarina, desocupada, evangélica, etc. De repente passo no vestibular, e cá estou eu fazendo jornalismo.
Apesar de admirar muito essa profissão, quando ingressei na faculdade, tive dúvidas que este era meu caminho, neste caso, se esta era minha nova identidade. Não fui a única a me decepcionar no início e a descobrir coisas pouco interessantes da profissão.
Hoje, meu objetivo de vida é fazer música. Afinal, cresci no meio e estudo desde os 10 anos para tal profissão.
Confesso que a escolha pelo jornalismo foi errônea, mas não de todo mau; aprendi a ser mais crítica, a ter uma nova visão de mundo, aprendi a não dormir cedo, a estar sempre informada, aprendi a tomar café e ir aos cafés discutir política. Conheci jornalistas que fazem à história acontecer.
E de certo modo, sou grata.
Agora quanto a “como você vê sua identidade profissional como jornalista”. Parece loucura o que vou falar, mas não me vejo jornalista.
Minha identidade atual (considerando esta não-mutável) está na música.
Sem pretensão, me vejo como Chico Buarque, que não terminou arquitetura para se dedicar integralmente a música ou como Dalmo Medeiros que é jornalista e músico do conjunto vocal MPB 4.
Amo música e atualmente vivo mais para ela do que para o jornalismo. Acordo pensando no casamento que tenho pra tocar no fim de semana, nos meus alunos de teoria musical, na banda a qual faço parte, na minha flauta, nas músicas que ainda quero aprender, nas aulas do conservatório de MPB.
Minha identidade profissional está na música. Desde o jeito de me vestir, aos meus assuntos favoritos, e ao meu circulo de amizades.
Mesmo sem o canudo de bacharel em flauta, já me sinto e já me vejo musicista, creio que isso seja o mais importante quando queremos alcançar um objetivo. E porque não criar nossa identidade?!
Já ouvi muitas pessoas dizerem que os jovens de hoje não se firmam em partido político como antigamente, não encaram a vida como antigamente, não lutam pelos seus ideais como antigamente, e que perderam sua identidade.
Eu concordo, seria um absurdo viver o hoje com pensamentos e atitudes passadas. Muitas conquistas foram alcançadas no passado, mas muitos erros foram cometidos também.
O fim da ditadura militar não nos fez menos lutadores e nem nos deixou com menos garra pra viver. Vivemos um momento mais “calmo”, e nossa identidade apenas se modificou a realidade.
Na música “Paratodos”, Chico Buarque relata de forma muito interessante sua identidade e é com ela que termino meu texto e vivo minha própria identidade:
“O meu pai era paulista,
Meu avô, pernambucano
Já quis ser tanta coisa na vida: professora, militar, bailarina, desocupada, evangélica, etc. De repente passo no vestibular, e cá estou eu fazendo jornalismo.
Apesar de admirar muito essa profissão, quando ingressei na faculdade, tive dúvidas que este era meu caminho, neste caso, se esta era minha nova identidade. Não fui a única a me decepcionar no início e a descobrir coisas pouco interessantes da profissão.
Hoje, meu objetivo de vida é fazer música. Afinal, cresci no meio e estudo desde os 10 anos para tal profissão.
Confesso que a escolha pelo jornalismo foi errônea, mas não de todo mau; aprendi a ser mais crítica, a ter uma nova visão de mundo, aprendi a não dormir cedo, a estar sempre informada, aprendi a tomar café e ir aos cafés discutir política. Conheci jornalistas que fazem à história acontecer.
E de certo modo, sou grata.
Agora quanto a “como você vê sua identidade profissional como jornalista”. Parece loucura o que vou falar, mas não me vejo jornalista.
Minha identidade atual (considerando esta não-mutável) está na música.
Sem pretensão, me vejo como Chico Buarque, que não terminou arquitetura para se dedicar integralmente a música ou como Dalmo Medeiros que é jornalista e músico do conjunto vocal MPB 4.
Amo música e atualmente vivo mais para ela do que para o jornalismo. Acordo pensando no casamento que tenho pra tocar no fim de semana, nos meus alunos de teoria musical, na banda a qual faço parte, na minha flauta, nas músicas que ainda quero aprender, nas aulas do conservatório de MPB.
Minha identidade profissional está na música. Desde o jeito de me vestir, aos meus assuntos favoritos, e ao meu circulo de amizades.
Mesmo sem o canudo de bacharel em flauta, já me sinto e já me vejo musicista, creio que isso seja o mais importante quando queremos alcançar um objetivo. E porque não criar nossa identidade?!
Já ouvi muitas pessoas dizerem que os jovens de hoje não se firmam em partido político como antigamente, não encaram a vida como antigamente, não lutam pelos seus ideais como antigamente, e que perderam sua identidade.
Eu concordo, seria um absurdo viver o hoje com pensamentos e atitudes passadas. Muitas conquistas foram alcançadas no passado, mas muitos erros foram cometidos também.
O fim da ditadura militar não nos fez menos lutadores e nem nos deixou com menos garra pra viver. Vivemos um momento mais “calmo”, e nossa identidade apenas se modificou a realidade.
Na música “Paratodos”, Chico Buarque relata de forma muito interessante sua identidade e é com ela que termino meu texto e vivo minha própria identidade:
“O meu pai era paulista,
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro”