sexta-feira, 8 de outubro de 2010

E foi assim, sem querer!

Meus alunos do Szymanski

Saravá meu povo!!!
Nossa tantas coisas aconteceram desde o último post que eu mal tive tempo de sentar aqui pra contar pra vocês!
Vida corrida esta de professora, hehe...
Aliás, o temido aconteceu comigo. Depois de 4 anos cursando Jornalismo, cá estou eu lecionando. Pois é, mais uma jornalista fora de circulação e já que a sorte não sorriu pra mim como eu desejava, veio o PSS (Processo Seletivo Simplificado) pra me salvar do desemprego. 
E, pensando bem, até que não parecia tão mal assim voltar a dar aula, mas desta vez, o desafio era enfrentar as turmas de 5ª a 8ª série e as do Ensino Médio.
Desde que terminei o magistério, jamais havia voltado à uma sala de aula, até porque, um dos meus juramentos no dia da formatura foi "Jamais lecionar, em tempo algum, por causa alguma". Mas como o fator subsistência entrou em campo e meus bolsos andavam cada dia mais vazios, tive de quebrar o juramento.
Bom, pra quem ainda acha que a Educação Pública é um problema sem solução, devo dizer que infelizmente essa realidade não deve mudar, pelo menos por enquanto.
O sonho de mudar o "sistema" tomou conta de mim logo no meu primeiro dia de aula, em uma escola estadual de Araucária. Procurei novas técnicas de aprendizagem, de avaliação, de estudo, acendi vela pra todos os Santos das causas impossíveis, no entanto, sem resultado. No fim das contas, depois de 1 mês de trabalho duro, a única coisa que eu ganhei foi a antipatia dos professores de carreira, da diretora e de toda a equipe pedagógica. E como se não bastasse, saí com fama de imatura. É, talvez tenha sido imaturidade pensar que em um mês eu poderia fazer a diferença. Acontece que o diferente incomoda, Até mesmo atitudes que deveriam ser corriqueiras, como: chegar no horário, dar aulas interessantes, permitir que os alunos expressem sua criatividade, levar cultura e bons modos para crianças que definitivamente não tem acesso...Tudo isso se tornou motivo de preocupação e picuinha. O clima escolar não era nada parecido com aquele que vemos nas propagandas políticas. Os alunos se comportavam como bixos enjaulados, as pedagogas os repreendiam como se fossem marginais em regime semi aberto...Tudo isso foi forte demais pra mim...Mas não me rendi, depois de tal decepção e de pensar até em desistir, outra escola me chamou para ministrar as aulas de um professora que entrou de licença maternidade.
Desta vez a experiência tem sido ótima, e apesar dos problemas organizacionais e de falta de estrutura, tenho realizado um trabalho bacana com meus alunos. E o principal, tenho apoio para realizar minhas atividades. Aos trancos e barrancos meus alunos estão podendo conhecer mais sobre a cultura popular brasileira e a cultura afro. E mesmo com os mais relutantes os trabalhos tem sido muito prazeirosos. 
Sabe, depois desses quase 6 meses na sala de aula, acredito que meu caminho era mesmo o da educação.
Ser professor neste país não é nada fácil e nem motivo de orgulho para muitos colegas de profissão, mas para mim é uma honra fazer parte e o principal, fazer a diferença!




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